Nem sempre gostei do meu cabelo!
Não sabia o que lhe fazer, não tinha caracóis, mas também não era liso; não acertei nas cabeleireiras e passei boa parte da minha adolescência com ele amarrado por não saber o que lhe fazer, o que, também não foi a melhor solução, pois as patilhas enormes que sempre tive, ficavam estupidamente evidenciadas, complicando, ainda mais, a temática dos penteados.
Nem sempre gostei dos meus olhos!
Eram tão diferentes um do outro que apesar de não ser estrábica, dava a sensação que tinha um mais fechado que outro devido à diferença das “dobras” das pálpebras! Fotografias tipo passe eram a loucura!
Nem sempre gostei das minhas sobrancelhas!
Não tinha uma monocelha, mas quase! Eram tão, mas tão grossas que se fosse hoje (na altura não tinha essa capacidade) chamar-lhes-ia “tapetinhos”!
Nem sempre gostei das minhas orelhas!
Eram grandes! E voltando ao penteado de cabelo amarrado, a modos que, realçar esta parte também não abonava muito a meu favor!
Nem sempre gostei do meu nariz!
Era largo! Esborrachado e arrebitado! E de tantas vezes o esfregar quando estava constipada, fez com que durante um largo período tivesse um risco mesmo ao meio, na horizontal!
Nem sempre gostei dos meus braços e pernas!
Eram peludos! Muito peludos! Demasiado peludos! Nenhuma das raparigas que conhecia era tão peluda quanto eu, e isso, para além de me entristecer, irritava-me profundamente!
Nem sempre gostei do meu rabo!
Era achatado e comprido! Tinha tanta dificuldade em gostar dele, que usei durante muito tempo, todos os dias, as mesmas calças de ganga elástica, que, na minha opinião de pré-adolescente, eram as únicas capazes de salvar a coisa!
Nem sempre gostei de mim, mas isso não me impediu de aprender!
Aprendi que todos temos defeitos e quando alguém gosta de nós, eles pouco importam!
Aprendi que gostar de nós, é o primeiro (senão o único) passo para que os outros também gostem!
Aprendi que, os outros gostarem ou não pouco importa, se nós pouco nos importarmos com isso!
Aprendi que crescer custa, que amadurecer dói e que acreditar em nós é um processo delicado!
Aprendi que se conseguir gozar e brincar com os meus defeitos e problemas, os outros podem fazê-lo sem que isso me afecte!
Aprendi que gozar e brincar comigo própria é um mecanismo de defesa, dos mais eficazes que conheço!
Aprendi que a ironia e o sarcasmo fazem parte de mim!
Aprendi que ser forte, na maioria das vezes, não é opcional, é imperativo!
Aprendi que ser honesta em tudo aquilo que faço não é só qualidade, é o melhor caminho para me conhecer!
Aprendi que excesso de modéstia, também é defeito!
Aprendi que ser sincera custa muito menos que ser orgulhosa!
Aprendi que um abraço consegue ser o medicamento mais eficaz!
Aprendi que acreditar em nós próprios é o maior poder do universo!
Aprendi que um sorriso sincero começa nos olhos e não nos lábios!
Aprendi que tudo acontece por um motivo!
Aprendi que tudo chega na altura certa, e não quando queremos!
Aprendi que dizer "não" carrega tão ou mais amor que dizer "sim"!
Aprendi que sou feita de sonhos e de risos, e que rir, é, sem dúvida, o melhor remédio!
Aprendi que chorar faz parte e faz tanta falta quanto sorrir!
Aprendi que não importa se somos gordos, magros, altos, baixos, morenos ou louros, uma boa conversa, uma boa gargalhada e um bom carácter fazem de nós as pessoas mais bonitas do mundo!
Aprendi que não sou perfeita e deixei de o querer ser!
Aprendi que vou falhar, talvez, tantas vezes quantas as que irei tentar!
Aprendi que estou sempre a aprender, e ainda bem!
Ainda não aprendi a educar, e isso assusta-me tanto que me faz tremer!
“Meu amor maior, quero que saibas que ainda não sei ser tua mãe, mas no que depender de mim, serás sempre fiel a ti próprio, e isso meu amor, é o caminho para seres feliz, sempre!
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