Assim que soube que estava grávida marquei a consulta com o GO.
A inexperiência juntamente com a curiosidade de saber se estava tudo bem, levou-me a lá ir quando estava de cinco semanas, sendo que a única coisa que vimos foi o saco amniótico e tivemos a confirmação da gravidez...portanto, saímos de lá com a alma lavada mas em desilusão, pois aquilo não nos disse absolutamente nada (se bem que nós também não sabíamos muito bem o que seria suposto nos dizer).
Decidimos lá ir novamente quando fosse efectivamente altura de o fazer (se é que isto existe), e nas 12 semanas lá estávamos nós cheios de medo, entusiasmo e nervosismo.
A primeira ecografia "a sério" é aquela onde as nossas expectativas estão todas concentradas, queremos saber se está tudo bem (seja lá isso o que for), queremos ver o nosso rebento mexer-se, queremos que o médico faça tudo o que tem para fazer e não nos despache em três tempos (felizmente não aconteceu porque fui ao privado, mas isso será outro artigo), queremos saber o sexo do bebé...enfim...!
Aii espera! não! o sexo não!
Pois é...havia coisa de 2 semanas atrás que o meu querido marido me tinha chegado a casa com esta pérola: Tenho estado a pensar aqui numa coisa e acho que não devíamos saber o sexo do bebé, só quando nascer, seria muito mais giro assim, diferente...olhar para o monitor da eco e ficar a pensar se será menino ou menina é muito mais entusiasmante!
WHAT??!! Ah espera, saber se está tudo bem, ter uma vida a criar unhas e cabelo dentro de mim, saber se tem as medições correctas, a postura correta, se é perfeitinho/a, que os exames de diagnóstico a doenças vêm todos negativos, que as minhas dores pélvicas e abdominais são todas normais, que a placenta não descolou e que está a desenvolver-se correctamente não são motivos de entusiasmo suficientes para ti?? Ahh não...temos ainda que não saber se é menino ou menina só para dar assim mais uma animaçãozita à coisa?!
Vá lá, dizia-me ele, pensa bem nisso! Seria giro, até podíamos dizer ao pessoal para fazer apostas no menino ou menina.
Confesso que aquilo me custou a assimilar, e ainda lhe disse que ele ficaria sem saber mas que eu não. Sou demasiado curiosa para não saber - foi a minha justificação.
No entanto, comecei a estruturar melhor a ideia, até porque, quando me perguntavam se preferia menina ou menino, honestamente não sabia responder, não tinha qualquer preferência.
Achei também que a educação de um filho requer uma dose extraterrestre de paciência, dedicação e aceitação e que não seria mal pensado começar logo na gravidez a ensaiar essas qualidades.
Ficou decidido!
Dr., não sei se já conseguimos ver, mas de qualquer forma, não queremos saber o sexo do bebé.
Ele riu-se e acenou, não sei se por achar que aquilo seria só euforia sobre a primeira eco e que depois nos passaria ou se até acontecia com mais frequência do que imaginaríamos.
O nosso bebé não parava um segundo, ele dava pontapés, mexia os bracinhos, punha a mãozinha por baixo da cabecinha ou o dedinho polegar dentro da boquinha, esticava as perninhas e rodava como quem nada numa piscina.
Lá estava ele no seu Spa de eleição.
Ohhh meu amor, que emoção!
Ainda não o tínhamos visto assim, enquanto ser vivo, enquanto humanóide que se mexe, que quase que interage! Ahh e que vontade de tê-lo nos nossos braços logo, logo!
Tudo muda, nós mudamos!
As lágrimas caíram-me pela face, mas de forma tão subtil e bonita como nunca me tinha acontecido.
E eis que o furação daquele coraçãozinho se fez ouvir, tum tum, tum tum, tum tum!! Rápido, forte, lindo!
Quantos diminutivos usamos nós assim que sabemos que vamos ser mães?!
Meu amorzinho!
Será menino ou menina?
Nós não sabíamos, mas o Dr. viu logo!
Ohh caraças, agora que eu já estava tão convencida em levar isto avante!!ihihihih!!!